segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Excelente colaboração de ex-presidente do Juventude de Ibirubá



Saudosismo e Futuro
Caro Böhlke:
Com agrado, acompanho na internet o site do Campeonato Estadual de Amadores. Para começar, resido em Porto Alegre, porém acompanho o Estadual de Amadores desde os anos de 1950/60, quando morava em Ibirubá. Naquela cidade sou torcedor (e fundador) do Juventude, campeão estadual em 2003, que infelizmente não participou do campeonato este ano. Em compensação, o Município está bem representado pelo Grêmio, atual campeão da categoria. Vou me reportar ao Estadual de Amadores tomando como base a região de Ibirubá. Nos anos de 1950 e 1960, participavam do campeonato clubes das cidades de Cruz Alta (Nacional, Guarani e Riograndense), de Ijuí (São Luiz e Gaúcho), de Santo Ângelo (Grêmio, Elite e Tamoio), de Erexim (Ipiranga e Atlântico), de Carazinho (Glória e Veterano), além de clubes de Passo Fundo. O campeão da região disputava o título de campeão estadual com os vencedores das outras regionais. Muitos desses clubes encerraram as atividades, outros passaram a disputar o campeonato profissional, da primeira e segunda divisões.Após a emancipação e criação de novos municípios, tivemos outros clubes na disputa do regional. De Ibirubá, Juventude e Grêmio; de Selbach, o Royal; de Tapera, o América; de Não-Me-Toque, o Colorado; de Espumoso, o Guarani; de Soledade, o Avenida e o Pampeiro (timão da época); de Panambi, o Grêmio; e clubes de Júlio de Castilhos, Tupanciretã e Marau. Por ter transferido residência de Ibirubá há mais de 40 anos, devo ter omitido algum clube, pelo que peço escusas. Apurados os campeões regionais, normalmente quatro, disputavam o título de campeão estadual na sede de um dos clubes, com jogos às sextas, sábados e domingos. Me recordo que a região de Novo Hamburgo era representada por clubes vencedores, como o Sete de Setembro e Vila Rosa, de Dois Irmãos, Sapiranga, Taquara, Ivoti e 15 de Novembro de Campo Bom, o “papa-títulos”. Hoje, o que perdura? Neste ano, lamentavelmente, contamos com uma dezena de participantes, transformando o campeonato em um torneio. Entre as dificuldades, podemos citar que os clubes deixaram de ser amadores, pois a maioria dos jogadores recebe uma remuneração por partida, e muitas vezes sequer tem vinculação com a cidade do clube, o que acaba enfraquecendo a relação entre os times e os torcedores. Os dirigentes suportam os gastos por uma ou duas temporadas, quando desistem e deixam os cargos. Outro impasse é a falta de renovação de dirigentes. Além disso, há um destaque muito grande, por parte da mídia, para a dupla Gre-Nal, já que os jogos do amador sofrem a concorrência da TV pela transmissão direta dos jogos no mesmo horário. Em virtude dessas dificuldades, os clubes necessitam de uma ajuda efetiva da Federação Gaúcha de Futebol. Da mesma forma, as agremiações, por seus dirigentes, devem promover reuniões e achar soluções para seus impasses. Espero, assim, que o Estadual de Amadores, que já revelou e continua revelando inúmeros jogadores, volte a motivar os municípios participantes, sendo o assunto das discussões e comentários da semana e o local de encontro nos jogos dos domingos.
Meus cumprimentos pelo blog, e votos para que continues a prestigiar o futebol amador.
Abraços,
Walter Paulo Weber

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